Em um trimestre em que a venda de ingressos aumentou em comparação com o mesmo período do ano anterior, as produções nacionais registraram perda de público, renda e participação no mercado, de acordo com o Informe de Acompanhamento de Mercado de Salas de Exibição, publicado nesta quarta-feira, dia 6, pela Ancine.
Mesmo com o bom desempenho de “Loucas pra Casar”, segunda maior bilheteria do primeiro trimestre de 2015, o público de filmes nacionais caiu 23,7%, de 7,3 milhões de espectadores em 2014 para 5,7 milhões em 2015. A participação de mercado das obras brasileiras em relação às estrangeiras encerrou o período, com 12,8%, desempenho inferior ao registrado nos dois anos anteriores. Consequentemente, a renda da produção nacional caiu 18,1%, de R$ 83,2 milhões para R$ 67,4 milhões.
No total, foram exibidos 17 filmes nacionais no período, em comparação a 19 produções em 2014 e 2013. Apenas três filmes brasileiros – “Loucas pra Casar”, “Os Caras de Pau em o Misterioso Roubo do Anel” e “Superpai” – se encontram entre os filmes com mais de 100 mil espectadores, menor número desde 2010 para o período.
Público e renda geral
A renda com venda de ingressos no país registrou aumento de 23,2% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Nas 13 primeiras semanas deste ano foram arrecadados R$ 568 milhões nas bilheterias de todo o País. O público em salas de cinema no primeiro trimestre de 2015 alcançou 43,4 milhões de espectadores, o que representa um crescimento de 18,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse crescimento foi possível graças ao bom desempenho dos filmes estrangeiros, que registraram público 28,5% maior em relação ao primeiro trimestre de 2014 e tiveram a maior quantidade de bilhetes vendidos em um primeiro trimestre desde 2009. No período, três filmes estrangeiros venderam mais de três milhões de ingressos: “Cinquenta Tons de Cinza”, “Bob Esponja: Um Herói Fora d’água” e “Os Pinguins de Madagascar”.
Parque exibidor
O parque exibidor brasileiro encerrou o primeiro trimestre de 2015 com um total de 2.870 salas de exibição. Sete complexos cinematográficos foram inaugurados no período, totalizando 22 novas salas. Outros três complexos foram reabertos, com adição de 16 salas, e um complexo já existente ampliou em três telas sua estrutura.
Todas as salas dos 11 complexos cinematográficos inaugurados, reabertos ou ampliados foram colocadas em funcionamento com projeção digital. Esses complexos têm pelo menos uma sala com projeção em 3D. Ao fim do primeiro trimestre de 2015, 74,1% do parque exibidor brasileiro já está digitalizado (um total de 2.128 salas). Dos 20 maiores grupos exibidores, sete já estão com 100% de suas salas convertidas.
A região Sudeste apresentou a maior quantidade de salas colocadas em funcionamento no período, 25 ao todo. Em seguida, vem a região Nordeste, com 11 novas salas de exibição. A região Norte apresentou cinco novas telas. Não houve inaugurações, reaberturas ou ampliações nas demais regiões do país. Em todo o país, sete salas foram fechadas e duas entraram em reforma neste ano.