Pesquisa mostra força da TV linear
Segunda-feira, 4 de Julho de 2016
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A preferência do espectador é ainda pela oferta de conteúdo linear: 81% é a média de consumo global em nove países pesquisados por um estudo apresentado nesta quinta, 30, na ABTA 2016. Capitaneado pela Discovery Networks e feito em mercados maduros e também em desenvolvimento (inclui o Brasil), o estudo precedeu um debate sobre a ultra segmentação da programação dos canais da TV paga no evento. “Isso significa que as pessoas ainda querem curadoria de conteúdos”, disse Beatriz Mello, diretora de pesquisas da Discovery no Brasil.

Outro dado que chama atenção é que a TV representa 68% dos assuntos compartilhados nas redes sociais, funcionando como uma espécie de moeda de troca nas mídias sociais. As conclusões da pesquisa apontam o grande envolvimento da TV e seu papel como influenciadora, fonte de informação e interação humana e social.

Ultra-segmentados

Os programadores mostraram como vêm trabalhando nas redes sociais e reforçando seus posicionamentos com os canais de nicho. Natália Julião, diretora sênior de programação da Viacom, apresentou as investidas da MTV nas mídias sociais e também a prática de estreias de programas nas plataformas digitais antes da veiculação no canal linear. “Vimos que são plataformas que se retroalimentam”, afirmou, citando o caso do programa “Adotada”, que embora tenha sido exibido na versão play do canal, obtendo 1 milhão de streamings, teve mais que o triplo desta audiência na exibição no canal linear. Outro exemplo de destaque é o programa MTV Hits, que funciona também como uma playlist para redes sociais, apps e que ainda ganha engajamento.

Júlio Worcman apresentou as especificidades do Curta!, um canal totalmente segmentado com conteúdo nacional independente e que estreou pelo sistema de cotas. A grande distribuição que obteve, aliada a uma programação diferenciada e baseada em blocos temáticos, fizeram dele um case de conteúdo que desperta nas redes sociais interesse e admiração inclusive por quem não é assinante. “O Curta! é fundamentado na curadoria de elevado nível intelectual”, define o diretor, completando que o canal acabou sendo adotado por públicos segmentados.

Pela Globosat, o diretor executivo comercial Fred Müller fez a correlação entre a segmentação e o mercado anunciante. Ele lembra que diante da multiplicidade e complexidade das mídias, é necessário oferecer uma supersegmentação mas que tenha grande exposição. “O anunciante por um lado quer segmentação, mas ele também busca atingir um maior número de pessoas. Como exemplos de sucesso nos canais de nicho ele citou o Off e o Combate – este um case da programadora cujo produto principal que é o UFC, capaz de gerar milhões de visualizações. Ainda, Müller apresentou um conteúdo desenvolvido pelo GNT para a Coca-Cola utilizando apenas a plataforma do Facebook. “Se tem um meio onde se consegue criar projetos com extensão plural é a TV paga”, afirma o diretor da Globosat.

 

 

Assinante vê em média 5 horas por dia de TV

Se os ventos da macroeconomia não estão tão favoráveis neste ano em comparação aos dos anos anteriores, nesta edição da Feira e Congresso da ABTA, são os dados de audiência dos canais por assinatura que animam o setor. Em apresentação do Kantar Ibope Media, a diretora de Video Audience, Fabia Juliasz, mostrou que números mais recentes indicam um crescimento no tempo médio que os assinantes de TV passam nos canais por assinatura, que chegou a 4h59 minutos, um acréscimo 57% em relação à média aferida em 2010, que era de 3h10 minutos.

Os dados se referem à pesquisa feita nos 15 principais mercados do País (em 2010 eram medidos somente 9 mercados) que apresentam penetração de 47% do meio (acima portanto do índice nacional apurado pela Anatel, em torno de 30%) e foram apresentados durante o painel “O Futuro da TV Por Assinatura: Ruídos e Fatos”, no qual a executiva do instituto de pesquisas traçou um panorama da TV paga dentro do cenário multiplataforma. “Hoje o cenário é o de customização do conteúdo e o entretenimento se voltou para dentro de casa”, afirmou Fabia, que assinalou que “a TV tradicional não só não morreu como alguns previam, como gerou filhos”.

Estudos sobre hábitos de consumo de programação vista após sua exibição original, o chamado “time shifting viewing”, traz aspectos interessantes sobre os hábitos: minisséries e novelas são consumidos preferencialmente na sua transmissão original, e conteúdos sobre saúde, esportes e humor são mais vistos após a exibição original. Outra curiosidade diz respeito à interação nas redes sociais, a chamada Social TV: 32% das pessoas que comentam nas redes sociais o fazem sobre TV, com os gêneros de atrações reality shows e novelas liderando as preferência de assuntos compartilhados nas redes. A diretora do Ibope ressalta que estudos de apoio hoje envolvem dados sobre audiência de TV convencional, TV conectada, computadores e também dispositivos mobile. Para ela, o público se mostra disposto a pagar por maior customização. O Kantar Ibope Media promete expansão da sua amostra para medição de audiência em 2017 e também ferramentas que possibilitem medição de ROI (return on investiments) sobre medição de audiências em TV e em internet.

 

 

Fonte| TELA VIVA News

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