Com a oferta de serviços extremamente concentrada em grandes centros, especialmente no Sudeste, um dos próximos desafios do governo será promover a universalização da banda larga, que só chega à metade mais abastada da população. De acordo com dados da Anatel e do IBGE analisados pela consultoria Ovum e apresentados nesta quarta-feira, 1º, durante o Broadband Latin America, em São Paulo, 53% dos habitantes são assinantes de 85% dos acessos de banda larga. A concentração fica mais evidente se considerado que essa parcela representa 71% do PIB brasileiro. Em outras palavras: 42 milhões de pessoas no Brasil não possuem acesso a nenhum tipo de banda larga fixa.
Para o CEO da Live TIM, Flávio Lang, a estratégia precisa contemplar a competição. Ele afirma que o mercado brasileiro de banda larga surgiu com base em ofertas de combo com telefonia e TV, elevando o preço inicial e dificultando a oferta em lugares mais distantes. “Quem poderia fazer o trabalho de melhorar a infraestrutura, a incumbent nacional (a Oi), entrou em situação financeira mais complicada”, explica. Para ele, a saída é oferecer um equilíbrio entre o custo para o cliente, o apoio com políticas governamentais e o investimento privado nas regiões mais afastadas.
O diretor de negócios com operadoras da Algar Telecom, Marcelo Nunes, acredita que o problema precisa ser melhor endereçado. Ele cita dificuldades no cumprimento dos compromissos de cobertura das áreas rurais obtidos com o leilão da faixa de 2,5 GHz, em especial com o uso da faixa de 450 MHz. “As condições e preços que estão sendo discutidas para operadoras usarem essa frequência (de 450 MHz) não são viáveis para o cliente final”, determinou.
Do ponto de vista do gerente geral da regional da Anatel, Sandro Almeida Ramos, a queixa do executivo da Algar se trata apenas do “mercado privado se defendo”. Ele explica que a agência inclusive está fiscalizando o cumprimento das metas para 450 MHz: as operadoras precisam entregar 100% dos municípios até o final do ano.
Internacional
A experiência no Caribe revela ainda mais desafios para a penetração da banda larga, de acordo com o CEO da agência reguladora de San Martin, o Bureau Telecommunications and Post St. Marteen, Giovanni King. Para atender as 32 ilhas da região, é necessário cooperação para instalar cabos submarinos, deixando a competição prover a conectividade, gerando retorno de investimento. “É preciso o compartilhamento de infraestrutura de telecomunicações e até de utilities para compartilhar fibra escura, tornando a infra mais acessível”, disse. King afirma que atualmente, os provedores atendem a cerca de 15 mil residências e 7 mil negócios em San Martin com uma banda larga de 8 Mbps que custa US$ 200.
Na opinião do ex-presidente da Osiptel Peru, Edwin San Roman, o importante é reconhecer que há demanda nas regiões mais afastadas. Ele cita o caso de uma pequena cidade no interior peruano, a 200 km de Cusco. “Talvez possamos achar um jeito para implantar a fibra até lá, dando acesso mais barato”, considera. “Mesmo em áreas rurais há instituições e pessoas que podem pagar pela
Fonte: | TELA VIVA News