IBGE publica dados indicadores da cultura no Brasil
Terça-feira, 29 de Outubro de 2013
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Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2007-2010

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentou na última sexta-feira (18/10) o estudo Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2007-2010, realizado em parceria com o Ministério da Cultura, com o objetivo de organizar e sistematizar informações para a construção de indicadores relacionados ao setor cultural brasileiro.

Esta é a terceira edição da análise, que utiliza dados do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), da Pesquisa Industrial Anual-Empresa (PIA Empresa), da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) e dos gastos públicos com a cultura de 2007 a 2010, além da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007 a 2012.

Número de trabalhadores em cultura caiu 15,6% entre 2009 e 2012

A terceira edição da pesquisa mostra que, em 2012, 3,65 milhões de pessoas trabalhavam no setor cultural, que vai desde atividades artísticas até telefonia. Em 2009, 4,32 milhões estavam empregados em cultura. O IBGE leva em conta empregos gerados em indústria, comércio e serviços.

O rendimento médio real mensal dos trabalhadores da cultura foi estimado em R$ 1.258 em 2007 e em R$ 1.553 em 2012, valores superiores aos rendimentos da população ocupada no total das atividades produtivas (respectivamente, R$ 1.213 e R$ 1.460). São Paulo e Rio de Janeiro foram as unidades da federação analisadas onde a população ocupada em atividades culturais recebia mais (R$ 2.093 e R$ 1.996, respectivamente), mais que o dobro do salário médio recebido pela população ocupada na cultura no Ceará (R$ 952), menor valor estimado para o salário médio mensal.

O Sudeste tem 4,5% do total de trabalhadores atuando no setor cultural – a maior proporção entre as regiões, seguido do Sul (3,9%). A menor proporção é no Norte, com 2,7%. Entre sete Estados comparados no estudo, São Paulo tem o maior peso de pessoas trabalhando em cultura (5,1% do total de trabalhadores). Bahia tem o menor (2,6%).

Ao contrário do total das atividades econômicas, há mais brancos que negros e pardos empregados no setor cultural. Os homens são maioria no setor cultural (53% dos trabalhadores em cultura são do sexo masculino), mas não tanto quanto na economia total (57,6% dos trabalhadores em todos os setores são homens).

Serviços de telefonia são os que mais consomem a renda familiar

Cultura é o quarto maior gasto das famílias brasileiras, atrás apenas de habitação, alimentação e transporte e acima de assistência à saúde, vestuário e educação. O gasto médio em cultura foi de R$ 184,57 por família, o que equivale a 8,6% do gasto médio familiar de R$ 2.134 mensais.

Os gastos com telefonia representam a maior parte desse montante: R$ 78,26, ou 42,4% da despesa com cultura. A seguir está a aquisição de eletrodomésticos (R$ 28,89, ou 15,7%) e só em terceiro lugar as atividades de cultura, lazer e festas (R$ 26,00, ou 14,1%).

O IBGE diz que é importante incluir telefonia na atividade cultural porque esse gasto inclui, além do telefone fixo, o celular e a internet, meios cada vez mais utilizados para acesso a livros, filmes, cursos, diversão e outros itens ligados à cultura.

Apenas 0,31% dos gastos públicos foram para a cultura

Apenas 0,31% dos gastos públicos de União, Estados e municípios foram para cultura em 2010, mostram os dados do IBGE. Apesar da baixa proporção, foi um avanço em relação a 2007, quando a proporção era de 0,25%. Em 2010, o total de gastos públicos em cultura foi de R$ 7,25 bilhões e de R$ 4,41 bilhões em 2007. Os municípios têm os maiores gastos em cultura, chegando a 1,1% dos gastos. Os Estados reservam para a cultura 0,5% das despesas e a União, apenas 0,1%.

 

*Com informações do Estadão e do Cultura e Mercado.

 

Clique aqui para acessar o estudo na íntegra.

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