O ano de 2014 tem um calendário “picotado”, interrompido por eventos como a Copa e as eleições majoritárias. Não é portanto a ocasião para se “reinventar a roda”, nas palavras do secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Mario Borghnet, que apresentou os planos da secretaria nesta terça, 12, no Rio Content Market. “Vamos investir nas iniciativas que já foram geradas, aprimorar, e localizar eventuais lacunas”, disse.
Ele chamou a atenção para o risco de burocratização dos processos de gestão dos programas e da sobreposição de funções entre o ministério e a Ancine. “Quando temos uma única fonte importante de recursos (o Fundo Setorial), há o fantasma da burocracia, que pode amarrar as coisas. Os papeis da SAv e da Ancine vão se redefinir permanentemente. No que está no DNA das duas não há dificuldades, como o papel fiscalizatório da agência, ou o papel da secretaria nas políticas de preservação. Mas na área de fomento, onde as duas têm incidência, nós, gestores, e a sociedade temos que estar vigilantes, pra que se possa explorar o imenso potencial dessa relação de compartilhamento, pra não gerar atrofiamentos institucionais e entropias”, completou.
Foco
Borghnet destacou as ações prioritárias de sua gestão: fomento à regionalização, fortalecimento das cadeias produtivas locais, reestruturação da Cinemateca e do CTAv. Estão ainda na mira os arranjos produtivos com TVs públicas e privadas, a criação do Canal da Cultura, digitalização de acervos e programas de difusão da produção nacional, como a Programadora Brasil.
Na área de capacitação, por exemplo, a SAv vai trabalhar com programas regionais para preparar os produtores para atender aos editais públicos que serão produzidos o longo do ano.
Este ano serão produzidas cerca de 400 obras por editais, conta o secretário. O CTAv (centro técnico ligado à secretaria, que funciona no Rio de Janeiro) será a base operacional do conjunto de oficinas de capacitação. Serão 115 oficinas de formatação de projetos em todos os estados. Outra ferramenta utilizada serão os Núcleos de Produção Digital, presentes hoje em 14 capitais, mas que devem chegar a odas as demais até julho.
A SAv também prepara o “relançamento” da Cinemateca Brasileira e da Programador Brasil, com novas configurações jurídicas e modelos de gestão.
Outro projeto, estacionado há anos, será atacado pela secretaria: o Canal da Cultura, estabelecido pelo decreto da TV digital. “Vamos atacar com grande pretensão para regulamentar até o fim do ano. O esforço é para afastar tentação de ser um canal de comunicação institucional do MinC, mas sim ser um canal de exibição da produção nacional, especialmente aquela criada através deste programas públicos”, reforçou o secretário
*Com informações do site Tela Viva